Ontem eu finalmente tive um sonho. Não com você: eu sonhei você.
Sonhei a estrada. E eu olhando o mapa, este, cujas rotas me lembravam ligações cerebrais, em tom roxo, em tom sépia, em Tom Zé no rádio do carro. A mala me trouxera ao posto. Para mim, uma aventura. Para você, uma loucura. Varrida. Doente. Incógnita. Assim me chamei, e fui te chamar, para ver a boa nova.
Eu sonhei você. Es te vi na tua porta. Uma música toda, parado em minha frente, me olhando assim assado, e assim assando minhas vontades sobre você. Imagens coloridas nossas, se mesclando com o seu rosto estático no portão, sem piscar. Eu não soube para qual quis olhar, mas eu vi!! Ah vi, seus olhos líricos: me chamando colorido, me odiando azul noturno, me conhecendo amarelo dia, se enjoando acinzentado chuva, me amando em preto e branco. Eu e minhas malas perguntamos, "será lírico, ou apenas... onírico?"
Acordei, engomei a bagagem, e fui embora.
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Para Jonas.
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Para Jonas.