quinta-feira, 25 de junho de 2009

Não queira


mudar outra pessoa
...mude de pessoa.

domingo, 21 de junho de 2009

Pena de morte (:

http://www.malvados.com.br/
viciei.

sexta-feira, 19 de junho de 2009

Vômito.

Sempre odiei discursinhos de lições de vida por aí. "Óh, tudo é hipocrisia, todo mundo é hipócrita." E logo eu... logo aqui estou eu.
No dia que a gente aprende a se auto-castrar, é uma bosta.
18 anos! Idade tão esperada. Carta de motorista! Documento tão esperado. Namorado, tão esperado. Não pode ter quando ainda é importante pra você.
Quando eu estava na 1ª série queria chegar logo à 4ª para empurrar os baixinhos da 1ª na fila da cantina, baixinhos estes que neste momento da história, eu estava inclusa. Mas cadê a 4ª série ? Terminei o 3º colegial ano passado e ainda não cheguei nela.
As coisas que precisa falar, não são mais para a amiga, para o namorado, ou para o professor fodão, mas os conselhos que precisa ouvir vem da sua avó que escreve geladeira com J.
E você dizia "acho que isto não é pra mim" com a maior superioridade individual do mundo, hoje se vê implorando para conseguir entrar e sentir uma faísca do que é este mundo que você desprezou, aquela idade que não viu passar, a carta de amor que escreveu para a lata de lixo, ou a outra que queimou porque foi machucada.
Calcule o que diabos você quer olhar daqui 18 anos e lamentar. Aquela executiva poderosa será motivo de escárnio? Aquela artista louca não passará de uma desprovida de sucesso prático e lógico? Ou aquele matemático mecanizado não passará um desprovido de inteligência sentimental?
Calcule também, o tamanho das inutilidades. Aquelas frases feitas que você repugnava e as pessoas diziam, sem nem saber o que estavam dizendo, se tornam verdades científicas. Frase de orkut mesmo. Até algumas de banheiro, sintam-se à vontade na lista, podem ser úteis.
A fé que você preservava tanto não passava de delírio psicológico. Os amigos que seriam para sempre já morreram e você nem foi ao velório. Os namorados vão e vem, e o de agora, é o que vai ser para sempre, e daqui uns 18 anos, o para sempre pode ser o mais conveniente.
E você diz "Ah, já passei dessa fase. Ou não?" Palavras que se transfiguram em uma bomba relógio pendurada em seu pescoço e a inferioridade bate a porta com um buquê de cactos, e com um rádio ligado em tom de publicidade, te lembrando que no final você não pode ser tudo, nem saber de tudo.
E eles? Te cobraram tanto, te chutaram tanto, te bajularam tanto, te pressionaram tanto. Todos na sarjeta como você, olhando as estrelas que nem sabem se realmente estão lá, afinal, eles estudaram, sabem que a luz viaja à 1 079 252 848,8 quilômetros por hora. E de que me vale agora? E de que eles me valeram?
Ah, mediocridade, só eu sei o quanto eu sinto saudade, do que eu nunca consegui ser.
Será que eu vou dar risada de mim como eu dou risada dos meus 8 anos de idade ?
Espero no mínimo que eu não tenha mofado numa cama até lá.
No fim das contas, o hipócrita é quem usa essa palavra demais.

quarta-feira, 10 de junho de 2009

Telomerase ideológica


Jovem! O que te faz tão maduro nesse primeiro passo? Se acha um beatnik fora do tempo? Tantas coisas passadas, sonhos desmantelados, paixões frustradas, gostos antigos. Mas, quantas coisas a se passar, quantos sonhos a serem idealizados, quantas paixões a serem apaixonadas, quantas coisas a saber... coisas que ainda precisa viver. Como todos, esquece-te do que não viveu.

A juventude é tão passageira quanto aquela banda na propaganda de refrigerantes. E a velhice tão relativa quanto os buracos negros na parede do seu quarto.

Hoje, só me cabe devanear
que já nascemos nos achando uns velhos a mais
e morremos nos achando novos demais.

Tudo na lei de seu tempo: tudo sem tempo.

terça-feira, 2 de junho de 2009

Psico-retrato-dada


escrever
transcrever

da alma surpreender
e render às pupilas nuas meus vestígios

cobertos de lama e do rum
que eu não bebi aquela noite

pirando devagar
girando de pirando vagar

aludi às veias saltadas
expressão possessa

pouco plausível

que em meio à neve
aqueceu-me o frio

matei judeus
saqueei roubados

enterrei passados
tudo nas costas ou nas coxas

pois quem de ponta-cabeça não é
cabeça à ponta fica

ao ensurdecer de arte no abismo
e abismar-se do vazio

onírico

leva daqui essa bota
chutes descalços

pois trazes aqui essa velha bossa
que me abrange o vácuo

das erupções con-fusos estranhos
horários fora do relógio

do meu tempo minha posse
minha forca meus cadáveres
minhas pétalas minhas cinzas

pungentes

olhares tatuados
cheiros ouvidos desejados

na boca ! na boca !

metódica psicose
uma pitada de pedra

no cáli-ce vazio de silêncio
de quem chega e vai
de que não sei expressar
que não estou

do que sou feita

de que sou tudo

do nada

e da loucura desfeita.