terça-feira, 28 de julho de 2009

Way of wane.


Essa é de povoamento
Acostamento
Clima Branco
Origem à criação

Laissez faire, laissez passer, caiu
A chave foi Key-nesiana
E Marshall deu esmola
Para voltar ao topo

Hoje, a própria União
Tenta superar
Quase em vão
O que no começo
Era questão de colonização
Ironia, não ?

Mas o caminho
já se perde outra vez.
De quem é o próximo way of life?



sexta-feira, 24 de julho de 2009

Auto-suficiencia:



Kátia B - Só deixo meu coração

"Só deixo meu coração
Na mão de quem pode
Fazer da minha alma
Suporte pr’uma vida insinuante

Insinuante
Anti-tudo que não possa ser
Bossa-nova hardcore
Bossa-nova nota dez

Quero dizer
Eu pra tudo nesse mundo
Então
Só vou deixar meu coração
A alma do meu corpo
Na mão de quem pode

Na mão de quem pode e absorve
Todo céu
Qualquer inferno

Inspiração
De mutação
Da vagabunda intenção
De se jogar na dança absoluta
Da matança do que é tédio

Conformismo
Aceitação
Do fico aqui
Vou te levando
Nessa dança
Submundo pode tudo do amor (pode tudo do amor)

Porque não quero teu ciúme que é o cúmulo
Ciúme é acúmulo de dúvida, incerteza
De si mesmo
Projetado
Assim jogado
Como lama anti-erótica
Na cara do desejo mais
Intenso de ficar com a pessoa
E eu não à toa
Eu sou muito boa

Eu sou muito boa pra vida
Eu sou a vida oferecida como dança
E não quero te dar gelo
Jealous guy

Vê se aprende
Se desprende
Vem pra mim que sou esfinge do amor
Te sussurrando
Decifra-me (decifra-me)

Eu pra tudo nesse mundo

Absorvo todo céu
Qualquer inferno
Vê se aprende
Se desprende

Só deixo minha alma

Só deixo meu coração
Na mão de quem ama solto

Eu vou dizendo
Que só deixo minha alma
Só deixo meu coracão
Na mão de quem pode
Fazer dele erótico suporte
Pra tudo que é ótimo fator vital"
http://www.youtube.com/watch?v=ftcqvwECqhc

quinta-feira, 23 de julho de 2009

.

Se te vejo onírico
Sem te ver
Deveria ouvir-te ao prazer
E cheirar
Como se fosse te beber
em cálice de cale-se
para nunca mais a ilusão
dos sentidos a ti levar-me

Porém, sempre tem

Enquanto projeto de matéria
Quero morrer de ti
E comer em pedaços
Os estardalhaços
Que mata em mim
Mentira real que me usa
E me reclusa
Em clausura de amor
Que inexplicavelmente amo

Enclausurada
perguntas congênitas
compactuam
Por que não sinto?
Por que não está aqui?
Por que tem que ser sempre
Por que?
Apenas porque
não pode ser.

terça-feira, 7 de julho de 2009

Nova boemia de antes.

Eu estava enjoado das velhas cortinas vermelhas, do vaso preto, das poesias parnasianas no canto do quarto, do relógio marcando hora de dormir e de trabalhar, de te pedir - querida me passe o sal -, e você me entregar o pote de açúcar com um sorriso um tanto maroto. Cheguei em casa. Elogiei seu vestido branco com barra até os pés e gola cacharrel, seu cabelo preso com palitinho japonês e perguntei da sobremesa. É claro, tudo "de lei."
Naquele dia, te vi adormecer novamente, lendo seu interminável livro favorito de todos os dias - O Segredo da Verdadeira Beleza Feminina - E eu, com meu inseparável parceiro noturno, Jornal do dia, sendo meu tempo escasso demais para lê-lo antes que anoitecesse. Porém, dessa vez o rodapé da página de anúncios, a coluna de relacionamentos, cuja qual eu nunca lia, me chamou uma súbita atenção. Dizia em palavras vulgares e instigantes: Se você gosta de caminhar à meia noite, tomar banho no mar leste totalmente despido, não é partidário de vegetarianismos, se gosta de cantar na chuva, não lê Olavo Bilac, gosta de bons etílicos, e sente falta de sua antiga pica em tom avermelhado, procure-me, e fuja.
Quanto absurdo! Na minha época não existia essas patifarias de baixo calão no jornal. Mas espere, qual é minha época ? Eu ainda estou vivo. Mandei a resposta no endereço do jornal.
Sim, eu gosto de tomar banho no mar totalmente despido, caminhar à meia noite cantando na chuva, prefiro os simbolistas, adoro etílicos e carne vermelha, isto, sem mencionar o último requisito de seu anúncio. Encontre-me em frente ao bar Bukowski, às onze horas da noite, e fugiremos. (casaco de lã, xadrex.)
Foi o que insanamente fiz. Isto me proporcionou mais adrenalina do que o pulo de bang-jump em minha adolescência. Depois de 25 anos ouvindo marchinhas fim de carreira, estava a aventurar-me novamente.
Estava lá no horário marcado, um tanto aflito e ansioso. Percebi uma mulher rondando o local, vestido vermelho, decote estravagante, cabelos ao vento, cacheados, batom destacado e olhar de águia. Mas eu conhecia aquelas curvas, eu já havia visto aquele sorriso maroto, e prendido aqueles cabelos. Sim, era minha querida garota salgada, minha esposa.
O que você faz aqui? - Então vi o anúncio na mão dela; ela mirou meu casaco.
Alguns minutos de silêncio, vieram as exclamações, os copos de chopp, as confissões, os perdões, e palavras perdidas ressurgiram, então, fugimos posteriormente.

Às vezes o acaso se encarrega de tudo.

segunda-feira, 6 de julho de 2009

Num certo sei lá.


Desespero
espero no tempo
conto migalhas
migalhas lembradas
palavras sem letras

Des espero
o tempo passar
e passo tudo
esperando e des esperando
passar o que

Passa comigo
lado a lado
fardo à fardo
linha entre linhas

lembranças varridas
em noite taciturna
desmembramento febril
do que jamais
em plano se viu.